EXCURSÃO PEDOLÓGICA
XXXIX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO
Data | 27/09/2025 – Partindo as 07:00h do Hotel Premier |
Percurso | São Luís sentido Lençóis Maranhenses |
Valor | R$ 35,00 reais (incluso lanche e água |
Almoço | Por conta do congressista e ocorrerá no @fazendinharodocenter em Axixá (MA) |
Localizado entre três macrorregiões brasileiras: Nordeste, Norte e Centro Oeste, o estado do Maranhão, com 331.937,450 km² de área, caracteriza-se por grande diversidade natural e paisagens físicas variadas, resultado da interação entre clima, relevo, geologia, solos e vegetação. Do ponto de vista geomorfológico, o território maranhense está assentado, em sua maior parte, sobre a Bacia Sedimentar do Parnaíba, uma das maiores bacias intracratônicas do Brasil, composta por rochas sedimentares de diferentes eras geológicas, sobretudo das eras Paleozoica e Mesozoica (Dantas et al., 2013), que representam cerca de 98% do estado do Maranhão (Lopes & Teixeira, 2013)
Situado em uma região de transição entre o trópico úmido e o semiárido, o Maranhão apresenta clima predominante tropical, segundo a classificação de Köppen-Geiger (Köppen, 1936), com variações que incluem o clima tropical úmido (Am) no noroeste, o tropical subúmido (Aw’) na região litorânea, e o tropical com estação seca mais pronunciada (Aw) no centro-sul. As chuvas ocorrem de forma concentrada entre os meses de dezembro e junho, com totais anuais variando de 1.000 a 2.000 mm, dependendo da localidade. Essa variação climática, associada às variações de relevo e à diversidade da cobertura pedológica, resulta em grande diversidade de ecossistemas que incluem desde áreas com floresta pré-amazônica, com fisionomia densa e grande biodiversidade, na região oeste; a vegetação símbolo do estado, representada pela mata dos cocais dominada por palmeiras como o babaçu (Attalea speciosa Mart) (Figura 1a), na porção central; e o cerrado, com vegetação arbustiva, campos limpos e cerradões no centro-sul. Há ainda restingas, no litoral nordeste (Figura 1b), e pequenas porções de caatinga no extremo leste, além de expressivas formações costeiras, como os manguezais, especialmente na Baixada Maranhense, que abriga extensas áreas de campos inundáveis.
Figura 1. Mata de babaçu (a) e vegetação de restinga (b). Fotos: Marlen Barros e Silva.
Com aproximadamente 90% da superfície abaixo de 300 metros de altitude, o ponto mais elevado do estado, com 804 metros de altitude, está localizado na Chapada das Mangabeiras, na divisa entre o Tocantins, Piauí e Maranhão.
Quanto aos solos, o Maranhão apresenta ampla diversidade, reflexo da geodiversidade e dos processos pedogenéticos em ambientes com distintos regimes de umidade, relevo e material de origem. A principal classe de solo, em ordem de ocorrência, é a dos Latossolos, representados, sobretudo, por Latossolos Amarelos e Vermelho-Amarelos, muito comuns nas áreas de cerrado, seguidos pelos Argissolos, cuja maior extensão está na porção centro-oeste e centro-norte do Maranhão em relevo plano a ondulado recobertos pela “mata dos cocais”, em associação com Plintossolos, predominantes em áreas de relevo plano a suave ondulado, imperfeitamente drenadas. Além dessas classes, também Neossolos (Quartzarênicos, Litólicos e Flúvicos), Gleissolos, Espodossolos, e Luvissolos ocorrem em maior expressão no estado, associados a diferentes formações geológicas e formas de relevo, bem como Nitossolos,
Essa combinação de fatores físicos – relevo, clima, solos, geologia e vegetação – configura o Maranhão como um estado com elevado potencial agrícola, turístico, mineral e hídrico, mas que também requer atenção à fragilidade ambiental de algumas áreas, como as planícies alagáveis, encostas e zonas sujeitas à erosão. Essa complexidade confere ao estado uma expressiva geodiversidade, o que influencia diretamente sua ocupação humana, atividades econômicas e potencial de uso sustentável dos recursos naturais.
Na Excursão Pedológica do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, serão avaliados 4 (quatro) perfis de solos situados na porção continental do estado (Figura 2).
Figura 2. Localização dos perfis da Excursão Pedológica do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciência do Solo.
O perfil 01, localizado no domínio geomorfológico do Golfão e Baixada Maranhense, representado por uma vasta planície fluviomarinha de topografia extremamente plana e praticamente ajustada ao nível de base geral onde predominam solos hidromórficos desenvolvidos a partir de sedimentos fluviomarinhos e fluviolacustres de idade holocênica (Figura 3a). Perfil 02, situado no domínio geomorfológico da Superfície Sublitorânea de Bacabal, embasado por arenitos, argilitos, siltitos e calcários Formação Itapecuru, do Cretáceo, adjacente às áreas alagadas do Golfão e Baixada Maranhense (Figura 3b), e os perfis 03 e 04, ambos situados domínio geomorfológico dos Lençóis Maranhenses, vasto campo de dunas e paleodunas formados por sedimentos arenosos inconsolidados de origem marinha com retrabalhamento eólico, de idade holocênica (respectivamente Figuras 3c e 3d).
Figura 3. Perfis de solos a serem visitados na Excursão Pedológica: MA-01 (a); MA-02 (b); MA-03 (c); e MA-04 (d).
REFERÊNCIAS
DANTAS, M. E.; SHINZATO, E.; BANDEIRA, I. C. N.; SOUZA, L. V.; RENK, J. F. C. Compartimentação geomorfológica do estado do Maranhão. In: BANDEIRA, I. C. N (org.). Geodiversidade do estado do Maranhão. Teresina: CPRM, 2013. p. 31-62.
LOPES, E. C. DOS S.; TEIXEIRA, S. G. Contexto Geológico. In: BANDEIRA, I. C. N (org.). Geodiversidade do estado do Maranhão. Teresina: CPRM, 2013. p. 31-62.